O cultivo do sisal (Agave Sisalana) na região Nordeste é considerado de extrema importância para a agricultura e para a economia da região. O sisal é uma das poucas culturas que se adaptou ao clima semi-árido do Sertão Nordestino oferecendo resultados econômicos satisfatórios.
Assim a agaveicultura nordestina agrega importantes benefícios à população de baixa renda, à população rural e a economia da região com um todo. Vejamos:
a) É fonte de ocupação de mão-de-obra. O cultivo do sisal desde o plantio até a colheita, o corte das folhas, e o beneficiamento da fibra emprega um grande número de trabalhadores.
b) É fonte de renda para a população pobre, a grande maioria no sertão, uma vez que não exige um capital inicial alto, podendo a atividade, expandir-se facilmente;
c) É um fator muito importante para fixação do homem no campo. O sisal é cultivado na grande maioria das vezes em inúmeras famílias do sertão;
d) É um dos principais produtos agrícolas de exportação do Nordeste brasileiro gerando divisas e ajudando a equilibrar o câmbio;
e) A fibra do sisal é considerada uma das mais duras e resistentes fibras vegetais e não-poluentes em seu processo de produção. Constitui-se, portanto, numa alternativa ao uso, pelas indústrias, de fibras sintéticas poluentes numa época em que a preocupação com o meio ambiente é decisiva.
f) Não exige alta qualificação da mão-de-obra por isso absorve o máximo possível de trabalhadores por campo de cultivo;
g) É fonte de ocupação no período da entressafra quando a mão-de-obra empregada no cultivo de lavouras mais tradicionais (feijão, milho, mamona, etc.) está ociosa por causa das estiagens.
h) Evita a desertificação do solo uma vez que o protege contra a formação de ravinas e a lixiviação do mesmo em épocas de trovoadas. Os resíduos do processo de desfibramento espalhados no solo, devolvem a este os nutrientes retirados pelas plantas evitando o seu empobrecimento.
Entretanto, apesar de todos esses benefícios potenciais, a agaveicultura, nas últimas duas décadas, vem enfrentando alguns problemas que fizeram a produção e produtividade despencarem. E esses problemas constituem no objeto de estudo proposto por este trabalho. Uma vez que impedem o desenvolvimento da atividade econômica e a melhoria da qualidade de vida da população envolvida.
Os principais entraves ao cultivo do sisal hoje são:
• A baixa produtividade das áreas de cultivo devido à precária tecnologia empregada desperdiçando mais de 90% da folha colhida;
• Campos sujos, ou seja, submetidos à invasão de plantas estranhas competindo com o sisal por iluminação e nutrientes do solo, diminuindo drasticamente a produtividade.
• Declínio do preço da fibra, devido à invasão da fibra sintética no mercado.
• Um grande número de atravessadores na cadeia produtiva impedindo o produtor de aumentar a sua rentabilidade e pagar melhor aos trabalhadores
• Abandono dos campos de sisal pelos trabalhadores por causa da baixa remuneração e completo desrespeito as leis trabalhistas.
• A ausência de políticas que viessem fortalecer o produtor local com ofertas de crédito e formação de cooperativas;
• Ausência de centros de produção artesanal de artefatos de sisal como tapetes, brinquedos, utilitários domésticos, etc. Para o desenvolvimento de um ciclo local de produção auto-sustentável.
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